Espada, Arco e Machado apresenta seu novo integrante – José Joaquim Valério Neto

Por Davi Paiva

 

Quando criamos o blog, já tínhamos em mente a ideia de chamarmos mais pessoas para escreverem conosco. Tivemos alguns voluntários que infelizmente nunca corresponderam às nossas expectativas por serem pouco ligados ao nosso projeto de escreveremos não só sobre coisas do mundo nerd como também coisas das quais gostamos. Alguns blogueiros queriam gerar receita com propaganda e outras coisas mais voltadas para área comercial enquanto nós temos mais interesse em criar um blog conhecido e que as pessoas gostem de ler. Depois pensamos em lucros (e isso será com bastante calma. Eu particularmente já trabalho com escrita e ter um espaço onde eu escrevo do que eu quiser e quando eu puder me dá uma sensação de liberdade).

José Joaquim Valério Neto - JJ Posthumus

José Joaquim Valério Neto – JJ Posthumus

Conhecemos o JJ já faz um bom tempo. Frequentávamos o CEU Pq. Veredas (zona leste de São Paulo) em 2004 onde o grupo dele de amigos jogava bastante o RPG Vampiro – A Máscara e simpaticamente eles tinham o apelido de “Vampiros do CEU” e recentemente tivemos uma conversa sobre a proposta de incluí-lo como autor e foi de bom grado que ele recebeu a proposta. A seguir uma entrevista que fiz com ele para vocês conhecerem-no melhor:

EAM: como se deu o seu contato com as coisas do “mundo nerd”?

JJ: Não lembro muito bem quando, mas a ascendência foi decorrente do clássico game Final Fantasy VII, no final dos anos 90. Na época não conhecia RPG nem muita nerdice, mas gostava tanto do game que quando peguei uma revista com o detonado do jogo, eu não a usava para descobrir os passos da trama, mas sim a trama em si…

Uma vez folheando a tal revista, vi que falava de vampiros. No início estava receoso com o caso, mas resolvi ler e me apaixonei pelo tema vampiro, com seus clãs, seitas e que nenhum vampiro na verdade é bom.

Meses depois eu e mais um amigo estávamos sendo voluntários em uma escola próximo a minha casa, quando fiquei sabendo que tinha um grupo de RPG que jogava lá. Conhecemos o pessoal, montamos ficha, jogamos vampiro e daí em diante as nerdices foram crescendo a cada dia e 12 anos depois estou aqui!

 

EAM: como você o mercado nos dias de hoje em todas as mídias (livros, filmes, seriados, cardgame, videogame, RPG Online, etc.)?

JJ: É um pouco complicado falar de mercado nerd, mas está cada vez mais acessível para quem quer ter acesso, falo por opinião de anos de xerox…

Mas de modo geral está indo muito bem, apesar de ainda fraco e poucas lojas especializadas…

 

            EAM: “ser nerd” até um tempo atrás era uma coisa ruim. Eu tenho a tese pessoal de que como o capitalismo tem a tendência de abraçar as massas rejeitadas para que elas adquiram produtos, ser um passou a ser uma coisa boa. Temos filmes sobre nerds, seriados, eventos e hoje temos até gente famosa que se diz ser nerd. Seja ela uma pessoa mais inserida no meio como a Mega Fox ou até um jogador de futebol como o Neymar Jr., que coloca um óculos de aro grosso com uma camisa xadrez e se diz um. O que acha dessa mudança?

JJ: No meu conceito “nerd”, não é ter um visual diferente, mas ter certo conhecimento que nós buscamos por prazer em saber.

No caso dessa nova geração, não sei nem o que falar… acho que eles querem dizer ser nerd para chamar atenção, pois agora, ser nerd “é ser descolado” (acho que é isso que se passa na cabeça oca deles…).

Não mesmo!

 

            EAM: “nerdismo” é uma coisa bem ocidental a meu ver. O que pensa sobre o primo nipônico desse movimento, que são os otakus?

JJ: considero como “nossos parentes distantes”…

Eu mesmo gosto muito de Animes e Mangás, claro em conjunto com meus nerdismo.

 

            EAM: e dentro desse universo japonês, o que acha de suas produções (animes, mangás, jogos, OVAs, filmes, etc.)?

JJ: Parte de um movimento nerd que se propaga pelo mundo.

            EAM: com o que espera contribuir no blog e como acha que ele pode retornar para você?

JJ: Não sei se posso muito, mas o meu melhor o farei. Já o que espero do blog, só o EAM pode dizer.

 

EAM: gostaria de deixar algum recado para os nossos leitores?

JJ: Mas é claro!

Espero que gostem do que está por vir, não só da minha parte, mas também dos meus amigos de longa data e donos do blog.

Espero vocês nos comentários…

 

RAIO X

Nome: José Joaquim Valério Neto

Apelido: JJ Posthumus; Dragão; Vampiro do céu…

Data de nascimento: 07/12/1986

Profissão: Desgastante agente de suporte ao site de vendas Tam.

Filmes: No geral, filmes bons, de todos os gêneros…

Seriados: Atualmente, sem tempo pra séries, mas tento acompanhar True Blood.

Livros: Fantasia, SteamPunk, RPG entre uns outros.

Jogos: Medievais, lutas, final fantasy, etc…

RPG: Não importa o sistema, mas sim a diversão. Gosto de temas medievais e vampiro, mas arrisco tudo em uma boa diversão.

Cardgame: Claaaaro que Magic the Gathering!

Mangás: Neon Genesis Evangelion, Samurai X, etc…

Animes / OVAs: Aaahh.. também não dá pra definir tudo…

Ser nerd pra você é: não tem definição pra mim como Nerd, apenas que eu sempre fui assim, e gosto de ser assim.

Samurai X – O filme

Por Davi Paiva

 

Quem me conhece, sabe que considero três animes como os maiores da história: Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball Z e Yuyu Hakusho. Abaixo destes três “titãs”, está Samurai X.

Muitas vezes procuro refletir sobre os fatores que levaram estes três a fazer tanto sucesso. E o que vejo é que eles tinham muitas lutas com efeitos devastadores. Marcou a época ver isto. Contudo a meu ver, a saga de Kenshin foi além disto: mostrou em termos explícitos por que cada personagem lutava. Muita gente por aí filosofa sobre o caráter motivacional que o Goku nos traz. A vantagem da obra de Nobuhiro Watsuki é que você não precisa se esforçar muito. E diferente de muito anime de ninja espalhafatoso, a história fluía bem.

E como era de se esperar no mundo capitalista em que vivemos o filme com atores reais foi produzido pela Warner Bros. Eu o vi tanto com olhar crítico quanto com olhar de fã. Acreditava que seria ou algo extremamente ruim como foi o filme do Dragon Ball ou algo que eu sempre falo que é um filme que dá pau a pique com o livro, como em O Conde de Monte Cristo ou O Senhor dos Anéis. Agora digo o que achei dele:

Samurai X - o filme

Samurai X – o filme

Roteiro: o filme engloba as edições 1 a 8 do mangá na edição brasileira e dá uma pequena mescla de como Kenshin ganhou a sua cicatriz. Portanto cortaram muitos capítulos do mangá e fizeram alterações que surpreendem o público, como Jin-E ser um contratado do Takeda Kanryuu, Aoshi não estar no filme e outros. Confesso que se não fosse pelo fato de eu ser fã do mangá e saber que o filme veio de uma história adaptada, eu o acharia bem ruim.

Atuações: eu considerei as atuações boas. Nenhum pareceu fugir muito de seus personagens.

Trilha sonora: boa, mas um pouco repetitiva no que se refere às aparições do Takeda.

Cenas de ação: foi uma boa sacada mudarem o Kenshin de mestre no uso da espada para um lutador que soubesse se virar também com as mãos vazias. Sem contar que os efeitos de velocidade que deram a ele traduziram muito bem em linguagem cinematográfica a velocidade do estilo Hiten Mitsurugi Ryuu. Até mesmo algumas técnicas do protagonista são exibidas. Só não considero as cenas de ações perfeitas pelo fato do Hajime Saitou não ser o usuário freqüente da sua técnica de perfuração Gatotsu e por Sanosuke não arrebentar tudo com sua Zanbatou.

Figurino: quando você começa assistindo ao filme você vê o Kenshin com uma roupa diferente da original e mais pra frente, Kaoru lhe dá umas vestes que disse serem de seu pai. Quando você vê o protagonista com o quimono magenta, dá até vontade de dizer “aí sim”. Entretanto foi legal passarem a ideia dele ser um andarilho de vestes surradas. Tudo bem que alguns personagens como Hannya e Shikijou fugiram completamente do que conhecemos e outros ficaram no meio termo, como Sanosuke que não teve o ideograma em suas costas mais trabalhado e o cabelo do Saitou faltava umas pontas soltas… mas deu pra perdoar.

Cenário: tanto a guerra no início quanto a invasão da mansão e a luta contra Jin-E tiveram cenários tal qual o do mangá. A única coisa que não consigo entender é por que não fizeram a luta contra o Sanosuke no campo aberto tal qual na versão original?

Estas foram as impressões que tirei ao assistir ao filme. Em suma não é algo vergonhoso de se ver como a cara de bolacha do ator que faz o Kira no filme do Death Note e nem chega a ser a coisa magnífica que vi no filme O Conde de Monte Cristo na versão de 2002. Todavia é algo que vale a curiosidade.

Pra quem não viu o filme, vale a pena procurar. E pra quem quiser ler o mangá, aproveitem que a editora JBC está relançando-o.

Bom filme, pessoal!