O Homem de Aço – Avaliação Crítica

Por Davi Paiva

 

Tudo bem que a DC e a Marvel estejam sempre tentando superar uma a outra. A DC cria super heróis e a Marvel, heróis no mundo real assim como a DC criou a primeira equipe (Liga em 1961) e a Marvel lançou suas equipes com revistas próprias (Avengers 1 e X-Men 1, ambas em 1963). A competição se estendeu por outras mídias: animações, seriados, games, filmes, etc.

Quem ganha ou perde com isto? Os fãs.

Só um problema: fãs envelhecem, mudam seus gostos e forma de pensar. Soluções: fazer a história evoluir com eles ou renovar a cada geração. Como a primeira opção não é muito viável já que muitos heróis são dos anos 30 a 60, o mercado americano fica com a segunda.

Cartaz do filme O Homem de Aço

Cartaz do filme O Homem de Aço

Aí temos reboots como O Homem de Aço, com direção de Zack “300” Snyder e Henry Cavill no papel principal. Assisti ao filme (para variar) no Shopping Metrô Tatuapé e agora, vamos ao que eu achei.

Roteiro: apesar dos bordões americanos (naves que pousam nos EUA sem ninguém ver), o filme teve outras coisas que ficaram meio apelativas:

— a repórter Lois Lane atirar tão bem contra guerreiros treinados (?!);

— como uma antiga nave podia ter um aplicativo onde bastava inserir aquele “pen drive” do Jor El que já criava o uniforme (?!?!);

— se o Clark acreditava que fazer o Zod respirar o ar da Terra faria mal a ele, por que não fez o mesmo com os outros?

— se viram que as naves foram até a fazenda dos Kent e Clark também deixou um rastro que Lois seguiu, como o governo não soube a identidade dele?

— tantos lugares no mundo e a luta destruiu Pequenópolis e Metrópolis. Mundo pequeno, não?

(para não falar do ponto fraco do Superman, que foi pouco convincente. Tragam a Kryptonita de volta!)

TODAVIA, confesso que foi uma boa forma de contar como Clark encontrou o seu lugar no mundo e conquistou a confiança de todos. Os tempos mudam e não dá mais para um sujeito ser um super herói só impedindo assaltos, por exemplo.

Atuações: que os deuses novos e os antigos abençoem Henry Cavill. Graças a ele o legado de Christopher Reeve teve um sucessor mais digno que Brandon Routh em Superman O Retorno (2006). O cara foi excelente!

As demais foram boas também. Não que eu seja contra o lance de colocar atores negros para interpretar personagens brancos, mas o Laurence Fishburne foi o mais fraquinho do time.

(nota: eu cresci vendo o Russell Crowe lutar em Gladiador e é engraçado vê-lo parecendo um mago dentro da nave, agora que ele está com 49 anos. A idade pesa)

Russell "Maximus" Crowe no papel de Jor El

Russell “Maximus” Crowe no papel de Jor El

Cenas de ação: sei não, mas destruir a cidade com tanta pancadaria foi uma tentativa de competir com Os Vingadores. De qualquer maneira as cenas foram boas tanto as que envolviam pancadaria como as que não envolviam (como quando o Superman teve que destruir o robô que estava destruindo a Terra).

Trilha sonora: um pouco de música country nas cenas no Kansas com a típica orquestra quando se passava nas cenas de luta deram um bom destaque para o filme.

Figurino: claro que a “cueca por cima da calça” fez toda a diferença na mudança de visual do Superman. Porém não muda o fato que o uniforme ficou bom.

Cenário: Krypton, Kansas, Pólo Norte, e Metrópolis estavam bem convincentes. Não tenho do que reclamar.

 

Para finalizar, estou acompanhando notícias de um próximo filme, de um encontro do Superman com o Batman (quero ver quem será o herói, já que o Bruce Wayne larga o cargo no terceiro filme) ou do filme da Liga da Justiça e torço para que as produções sejam cada vez melhores. Seria chato ver uma produção ruim.

E antes que alguém reclame de mimimi de idolatria americana, o cinema americano é isto mesmo, assim como qualquer outro. Na dúvida, por que não reclamam do filme Guarda Costas em Ação estrelado por Jet Li, que no final ele aparece com uma bandeira da China ao fundo?

Obrigado a todos(as).