Por Davi Paiva
Quando arrumei meu primeiro emprego com carteira assinada em 2008, comecei a saciar uma fome de livros que me perseguiu a vida toda. E ter uma livraria ao lado do local que eu trabalhava facilitava ainda mais as coisas. E foi lá que conheci a série Deltora Quest, da escritora australiana Emily Rodda ilustrada por Marc Macbride.
Esta série possui 15 livros, sendo 8 na primeira fase, 3 na segunda (livros de bordas vermelhas) e 4 na terceira (borda roxa), mas não são muito extensos. Os da primeira fase mal alcançam 110 páginas e os da segunda chegam a uma média de 120 páginas enquanto na terceira, temos aproximadamente, 160 páginas.
A série conta a história do reino de Deltora, formado pela união de várias tribos bárbaras que cederam uma joia cada uma para compor o cinturão de Deltora forjado e usado pelo primeiro rei, Adin. São a ametista, rubi, topázio, opala, lápis-lazúli, esmeralda e o diamante. Infelizmente seu descendente de várias gerações rei Endon e sua esposa Sharn por questões políticas deixaram o cinturão de lado e sofreram um golpe de estado, tendo o reino tomado pelo Senhor das Sombras (nome legal para um vilão, não acham?). E enquanto estes se refugiaram, o filho do melhor amigo do rei e protagonista da série, Lief, procura reunir as pedras espalhadas pelo reino. Para tanto, este jovem de 16 anos contará com a ajuda de Barda, um ex-guarda do palácio que vivia como morador de rua e Jasmine, uma habitante de uma região selvagem chamada Florestas do Silêncio (o primeiro lugar visitado pelos heróis). Para atiçar a vontade dos leitores e não dar tudo de mão beijada, não vou contar o que se passa na segunda nem na terceira fase da história. Mas digo que vale a pena.
Minha opinião: segundo boatos, a autora criou a série depois de ver os filhos jogando videogame. Logo não é a toa que cada livro é uma “fase” levando a um objetivo maior. Os personagens vão ganhando aliados e ficando mais precavidos e estratégicos em suas empreitadas. Apesar de ser uma história em um mundo mágico de criaturas criadas pela autora (que esbanja criatividade na tarefa), somente Lief conta com ajuda sobrenatural das pedras em determinados momentos já que algumas delas seguem regras para funcionarem. E falando no protagonista, uma coisa que acho legal nele é que ele é um personagem muito humano: não é um guerreiro excepcional, não conquista o público por beleza ou carisma e nem chega a ficar mais forte a ponto de enfrentar sozinho algum monstro que teria que contar com a ajuda dos amigos. Destaque também para as charadas, puzzles e enigmas que eles têm que resolver (alguns dá vontade de resolver sem ler).
A série ainda possui uma adaptação em anime elogiada pela autora (infelizmente não a vi para opinar) que segundo informações, possui coisas que não ocorrem nos livros. Emily Rodda já recusou a ideia de ter a sua obra adaptada para o cinema, pois alega que muitas informações importantes seriam cortadas ou alteradas na adaptação (viu Rick Riordan? Foi isto que fez o filme do Ladrão de Raios ser uma porcaria!!!) e também um mangá publicado.
Grau de indicação: médio alto. É divertido ver como as coisas começam. Mas confesso que fui ficando meio cansado no decorrer dela por volta do volume 5 ou 6 da primeira fase. Mas a autora é boa e não deixa a peteca cair finalizando o volume 8 de forma que caiu o meu queixo. Dali em diante você devora a segunda e a terceira fase para ver o quão magnífico ela vai encerrar as fases. E mais uma vez digo: vale a pena.
Para mais informações, vejam o site da série.
Boa leitura!